Sugestões de abordagem - 9⁰ ano

 Identificação e análise do modo de interação entre ideologias religiosas, estruturas políticas e sua influência na sociedade.

   O lugar de ocorrência de convivência religiosa é a sociedade. E nela existem variáveis múltiplas de tradições, modos de ser, ideologias diversas, sejam políticas ou religiosas.

  Pois essa multiplicidade deve ser compreendida, como se tivéssemos de, todo o tempo, sair de nosso contexto de convivência, para observar tudo à volta e a nós mesmos.

  E a escola, nesse contexto, é lugar privilegiado de estudo e observação. E a própria disciplina do Ensino Religioso, em sua proposta, confere elementos para um exame acadêmico dessa interação.

  Por isso a habilidade acima que, de modo bem específico, expõe essa necessidade de avaliação crítica e inteligente. Como é comum fazer, deve ser subdividida nas três partes em que se estrutura

1. Processo cognitivo: identificar e analisar; 2. Objeto de conhecimento: modo de interação entre ideologias religiosas e estruturas políticas e sua influência; 3. Contexto: na sociedade.

  Pelo processo cognitivo, já se percebe a postura crítica que deve ser assumida pelo observador, de modo a que, criteriosamente, possa identificar e analisar.

  Pois essa identificação e análise terá como alvo específico, por parte desse criterioso observador acadêmico que, no caso, será nosso aluno, as ideologias religiosas e estruturas políticas.

   Talvez a palavra ideologia, associada a religião, possa gerar estranhezas. Porém a definição de ideologia é suficientemente geral e se aplica a qualquer conjunto de ideias.

  As religiões, em sua diversidade, representam conjunto diverso de ideias, que guardam, entre si, especificidades e semelhanças. E no contexto social, interagem com fatores diversos, entre os quais as estruturas políticas.

   Estas, por sua vez, também estão, muitas vezes, associadas a ideologias. Essa relação pode se mostrar conflitiva, em função de ideias divergentes.

   Daí a necessidade de se estabelecer critérios de percepção e convivência. Por exemplo, há ideologias políticas que são materialistas, não acreditando na influência de um ser transcendente no mundo objetivo.

   Obviamente, numa abordagem religiosa, que pressupõe a experiência de um ser ou seres espirituais, haverá choque cultural. Quem admite a existência de seres metafísicos, ou seja, Deus e/ou entidades espirituais, nutre ideias incompatíveis com o materialismo.


   Será possível encontrar, portanto, tanto ideologias políticas que defendem a aniquilação dos divergentes dela, assim como religiões que defendem "guerras santas". Evidentemente, trata-se dos desvios do ser humano, contradizendo tanto a religião, no seu sentido verdadeiro, quanto a política, em seu ideal original.

   Outro fator será a convivência entre política, no seu sentido pleno e ético, com a religião, por um lado e, por outro, o aspecto infelizmente real, no contexto social, é a tendência negativa de se aproveitar da relação entre política e religião para manipular o eleitor.

  Pelo fato de política e religião, ambas lidarem com pessoas, manipulações desonestas podem ocorrer, buscando compor forças, ainda que por puro interesse de angariar votos, por meios demagógicos, falsas promessas e disputa de poder ou alianças espúrias.

   A relação que, por si, é complexa, já devido às diferenças de pontos de vista, exatamente onde opiniões e crenças religiosas convergem ou divergem, deve contribuir para promover uma relação enriquecedora.

  Daí a necessidade de uma postura crítica e observadora, cantantes, por isso ser necessário o preparo do aluno para, com isenção e espírito crítico apurado saber, como expresso nesta habilidade, identificar e analisar essa interação.

   Há suficiente potencial positivo, seja na função política das ideologias, seja na composição doutrinária e histórica das religiões. A sua convivência deve ser inteligente e visar finalidades comuns de bem-estar social.

   O Ensino Religioso, em sua postura na escola, com referenciais acadêmicos em Ciências da Religião, definido por seu currículo, construi-se num padrão de avaliação dessa complexidade de relação, no contexto social, ainda levando em conta a interdisciplinaridade, como meio de buscar, de modo conjunto, ferramentas para essa análise.

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