Sugestões de abordagem - 7⁰ ano

Conhecimento da origem da palavra sagrada nas tradições religiosas e sua relação com as práticas significativas para os diferentes grupos religiosos.


   Esta habilidade, que parece extensa e complicada, deve ser desmembrada pelas três subdivisões convencionais:

1. Processo cognitivo: Conhecer;
2. Objeto de conhecimento: origem da palavra sagrada;
3. Contexto: sua relação com as práticas significativas para os diferentes grupos religiosos.

   Atentar que "palavra sagrada" refere-se às tradições das diferentes religiões, ambas consideradas sagradas, sejam as que adotam registros escritos (hinduísmo, judaísmo, cristianismo ou islamismo, entre outras), sejam por registro oral (religiões de tradição africana ou de tradição indígena).

   Verifique-se o termo "origem", no Objeto de conhecimento, que cada religião considera como autoritativo, ou seja, o respaldo sagrado que confirma a autenticidade de seus registros, sejam escritos ou orais.

   Tomando o Santo Daime como exemplo, os rituais ligados à ayahuasca, ou chá sagrado, possuem cancioneiros onde estão escritos hinos recebidos por seus líderes fundadores, os quais são cantados em seus bailados rituais.

   Trata-se de uma tradição oral, prontamente registrada por escrito, respaldada na convicção de que seus padrinhos ou mestres os receberam por uma revelação especial.

    No cristianismo, que tem a Bíblia como palavra sagrada, a origem diz respeito ao modo especial como os autores foram guiados por Deus para escrever.

   No Antigo Testamento, parte da Bíblia aceita pelo judaísmo e pelo cristianismo, o profeta usava a palavra oral, dizendo: "O Espírito do Senhor está sobre mim", ele mesmo ou seus ouvintes a escreviam, orientados pelo Espírito Santo. Católicos e protestantes aceitam o Novo Testamento, parte escrita da Bíblia que revela o nascimento, morte e ressurreição de Jesus.

    Já o Alcorão, texto sagrado muçulmano, foi ditado a Maomé pelo arcanjo Gabriel e, quando pronunciado pelo profeta Maomé, era memorizado pelos fiéis, que tradicionaram essas palavras, primeiro oralmente e depois por escrito.

   Lendo, nesta habilidade, "palavra sagrada" e "sua relação com práticas significativas" deve-se levar em conta o que cada uma das tradições religiosas legitima como sagrado para si. E este é um ponto muito sensível no relacionamento entre elas.

  Por exemplo, o catolicismo venera imagens, mas o protestantismo não tem essa prática. Portanto, trata-se de uma prática significativa para os católicos, mas não para os protestantes ou evangélicos, também assim chamados.

   Esses dois grupos utilizam a mesma "palavra sagrada", a Bíblia, mas a interpretam de modo diferente. Portanto, deve haver respeito em relação a essas práticas diferentes entre essas duas tradições religiosas. E do mesmo modo, como todas as outras.

   Há três diferentes grupos originários de tradições religiosas que utilizam o chá da ayahuasca, também conhecido como santo daime: a União do Vegetal, o Alto Santo e a Casa de Jesus. Ainda assim, é importante reconhecer suas diferenças. Embora o uso do chá de ayahuasca lhes esja comum, há diferenças no trato com os rituais. 

    Por exemplo, o bailado somente é praticado pelos adeptos do Alto Santo. Os irmãos da Casa de Jesus cantam seus hinos, salmos e benditos sem o uso do bailado. E entre os adeptos da União do Vegetal, não há propriamente um cancioneiro de hinos. Mas esses três grupos, indistintamente, declaram-se cristãos.

    Para esses grupos, entre vários outros de mesma tradição, é significativa para eles a prática de se beber o chá, considerado sagrado. Portanto, esse seu traço distintivo deve ser respeitado. Os representantes dessas tradições devem ser ouvidos, para que seja compreendida essa prática ligada à sua tradição doutrinária.

   Por isso, esta habilidade deve ser estudada com toda a atenção e detalhe. Porque, por meio dela, vamos compreender o modo como, na tradição escrita ou oral de cada religião, há respaldo de autoridade sagrada para as suas práticas.

   Elas são, para cada uma em separado, "práticas significativas", com profunda relação com as tradições sagradas, escritas ou orais, recebidas por suas lideranças ancestrais.

   Verifica-se, então, como é importante atentar para essas diferenças, sim, de práticas sagradas, de uma religião para outra, porém iguais em importância, todas elas consideradas legítimas e consagradas por sua tradição.

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