Sugestões de abordagem - 8⁰ ano

Reconhecimento e análise das formas de uso das mídias e tecnologias pelas diferentes denominações religiosas.

   Mais uma vez, seguindo a metodologia que subdivide, em três partes, a habilidade, como desmembramento para análise, temos:
1. Processo cognitivo: Reconhecer e analisar;
2. Objeto de conhecimento: formas de uso das mídias e tecnologias;
3. Contexto: pelas diferentes denominações religiosas.

   Reconhecer e analisar implicam dois procedimentos com os quais, por meio de seu planejamento e estratégias, o professor deverá habilitar seu aluno a desenvolver.

   Verifica-se que, no 8⁰ ano, já percorridas as duas etapas iniciais, 6⁰ e 7⁰ anos, do Ensino Religioso, o aluno deve ser capaz de avanços em sua percepção.

   E esta habilidade requer uma exploração detida dessa capacidade, porque implica numa apreciação crítica do uso de mídias e tecnologias pelas variadas religiões.

   Sem dúvida, os (pós)modernos recursos de mídias são meios, pode-se dizer, ilimitados de comunicação, mas não somente isso, também podem ser de manipulação.

   Exemplo claro disso é, por exemplo, seu uso eleitoral. Verificamos como, sintomaticamente, nas eleições, não são os políticos que estão em destaque, mas os marqueteiros, termo aportuguesado do inglês "marketing",  de "market", mercado.

   E marketing é todo o conjunto de ações, praticadas por especialistas, a fim de convencer a respeito de um produto, a ser incorporado à vida de quem é potro como objeto desse mesmo marketing.

  E, no caso, pode ser a religião. Pois existe a venda de religião ou de promessas descabidas sobre ela. Há Fake News visando explorar a desinformação e o despreparo intelectual dos receptores dessa propaganda enganosa. Verdadeiras carências são objeto desse mercado, que precisa ser atendido não por falsa religião ou falso interesse.

   Enfim, tudo o que provém de falsa mídia, precisa ser denunciado e rejeitado. Evidente que toda religião tem, sim, uma dimensão metafísica, sobrenatural, pode-se dizer. Mas não significa que o senso crítico deve ser anulado.

   Fé e razão andam juntas. Elas socorrem-se entre si. Diz um (sábio) ditado popular: "caridade muita, o santo desconfia". A desconfiança, em relação à fé, com toda a dúvida, são sempre bem-vindas. Não existe fé verdadeira, sem o exercício crítico de rechaçar a falsa fé. Não existe religião verdadeira, sem a maturidade para se identificar a falsa.

   É legítimo o uso das mídias e da tecnologia pelas religiões. Mas devem ser regidas pela percepção consciente e muito bem ilustrada, quer dizer, informada e intelectualmente bem preparada.

   Mesmo as lideranças religiosas devem ser alvo de avaliação. As doutrinas e propagadas das religiões precisam ser comparadas a outros dados da realidade. Por exemplo, na época da pandemia houve propaganda de curas, sem a necessidade de vacinação.

   O nome dessa atitude é negativismo. Uma religião sadia, com uma liderança consciente, formando adeptos bem conscientes, jamais aceitaria realizar essa propaganda.

    Daí o Processo cognitivo exigido por esta habilidade seja, a um nível taxonômico inicial, Reconhecer, que no nível 1 (veja no link abaixo) da tabela está acompanhado dos verbos Identificar, Descrever, Localizar.

Níveis na tabela da Taxonomia de Bloom:

  A princípio, o aluno precisa conhecer as mídias e seu alcance de informação. Para então, já no nível 4 da tabela, Analisar, acompanhado de verbos que indicam ações como Categorizar, Comparar, Diferenciar.

   E do nível 1 até alcançar o nível 4, o aluno percorreu os níveis 2, Compreender, e o nível 3, Aplicar. Desse modo, é possível avaliar a relevância desta habilidade, e seu grau de contribuição para o desenvolvimento crítico dos alunos, tão requerido no contexto dessa rede digital atual, na qual verdade e mentira estão tão próximas.

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