Sugestões de abordagem - 8⁰ ano

Compreensão acerca da função simbólica dos diferentes rituais nas tradições religiosas.


    Está habilidade, subdivida pelo método didático já consagrado, indica como:
1. Processo cognitivo: Compreender;
2. Objeto de conhecimento: (acerca de) função simbólica dos diferentes rituais;
3. Contexto: nas tradições religiosas.

   Vale ressaltar, mais uma vez, essa tríplice subdivisão, em: 1. Processo cognitivo (correspondendo ao verbo derivado do substantivo "Compreensão"; 2. Objeto de conhecimento (correspondendo ao complemento a que se refere o substantivo/verbo anterior); e 3. Contexto: que diz respeito ao âmbito específico em que se contextualiza o objeto de conhecimento.

   Todas as habilidades do Currículo de Referência Único devem ser assim desmembradas, de modo a pormenorizar e definir seu modo de aplicação.

  O Verbo "Compreender" deve ser conferido na tabela da Taxonomia de Bloom (encontrada no próprio Blog ou Padlet), a fim de se conhecer o nível de complexidade de seu emprego, situando-se o aluno nesse nível compatível, a fim de se definir que metodologias utilizar.

   E quanto ao Objeto de conhecimento, "função simbólica dos diferentes rituais", está claro que os conceitos de "símbolo" e "rituais" devem ser destacados. O que é símbolo? O que é ritual? E, então, do que trata uma função simbólica dos diferentes rituais?

   O símbolo exerce uma mediação. Toda e qualquer religião trata com o sagrado e o transcendente, seres acima do humano e terreno. Para tanto, os símbolos são essenciais.

   Eles representam o sagrado e o transcendente, guardando consigo, como "signo" ou "sinal". um significado: são figuras concrets com existência física, real, palpável. Por isso, conservam consigo mesmos significados relacionados a uma história, a um fato, a uma tradição de uma dada religião.

   Por exemplo, cruz, para o cristianismo, reprenta a crucificação de Jesus; o crescente da lua, com uma estrela, para o islamismo, representam a soberania de Allah e renovação da vida;  os triângulos equiláteros superpostos e invertidos, para o judaísmo, representam a perfeição de Deus e o seu amor aos seres humanos.

   A água, por exemplo, como símbolo de purificação, atende quase à totalidade das religiões por sua condição natural. E, por falar nela, podemos refletir sobre o conceito de ritual.

   É útil pensar nele, associado ao rito, pois guardam entre si íntima relação. O rito cabe dentro do ritual. Podem ser, esses dois termos, usados como sinônimos. Porém, numa abordagem mais específica, apresentam sutil diferença.

   O ritual se constitui num conjunto de ritos. Por exemplo, quando se observa uma missa que, dentro da liturgia católica, apresenta-se mais rígida do que o culto protestante, nela ocorre uma sequência de ritos.

   Missa e culto seriam rituais, enquanto que o conteúdo em sequência dentro deles seriam a sequência de ritos. Orar é um rito, dentro do culto protestante, a eucaristia é um rito, dentro da missa católica.

   No contexto do culto ou da missa, o batismo é um rito. Mas visto isoladamente, para se lhe conhecer o significado, pode ser chamado de ritual, com uma sequência interna de ritos.

   Toma-se o recém-nascido, no caso católico, e seguem-se os seguintes ritos: mencionar os dizeres constantes no Missal, as perguntas aos pais e aos padrinhos, o derramamento da água na pia batismal, o rito em si, o benzimento e a oração final.

   No caso dos protestantes, somente adultos são batizados, no caso de algumas denominações, por aspersão (água sobre a cabeça) ou imersão (submersão na água). E há os metodistas e presbiterianos, que batizam recém-nascidos, mas com significado diferente do batismo católico.

   No caso de adultos, em meio ao ritual de batismo, há o rito das perguntas ao batizando, se confirma a sua fé ou se está ali por espontânea vontade, e perguntas à congregação, pela responsabilidade de sempre servir por suporte à fé desse iniciante.

   Há outras religiões que também praticam seus rituais de batismo, porém com sequência de ritos e significados diferentes, mas predominando a água como símbolo.

   Outro exemplo de ritual, é o banho de pipoca nas religiões de matriz africana. Pelo simbolismo do milho, que espouca ao ser esquentado, representa poder de revigoração, de cura, sendo feito em honra e homenagem a um Orixá, divindades africanas de origem dessas religiões.

   Importante entender para respeitar os variados símbolos, rituais e ritos das variadas religiões. Observando que guardam, entre si, semelhanças. Por isso é absurdo e intolerante discriminar, sob preconceito, a prática de qualquer um deles em qualquer religião.

  A água, por exemplo, pode ser considerada, por alguns, veículo de cura, purificação ou consagração. Deve-se, também, cuidar com atenção, para que ritos e rituais não sejam, de si, substituídos pelos devidos aspectos concretos, urgentes e necessários. 

   Água como símbolo de cura não substitui o médico, o remédio e, às vezes até, a necessidade de cirurgia. Derramar água ou mergulhar nela representa, sim, batismo, mas somente se, internamente, houver fé verdadeira.

   E consagração, por um respingo ou aspersão de água (ou um banho com pipoca), por si só, nada vai representar se, internamente, a postura do adepto ou fiel dessa religião está sendo falsa ou hipócrita.

   Símbolos e rituais apontam para realidades que precisam ser verdadeiramente assumidas. A opção final é do fiel ou adepto. Caso seja fake a sua atitude, símbolos e rituais perdem, na origem, especialmente para esse falso religioso, todo o seu valor.

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