Sugestões de abordagem - 9⁰ ano - Destaque de consulta - 2⁰ bimestre de 2023

"Caracterização e discussão dos variados modelos de valorização da vida nas diferentes tradições religiosas."

    Com relação a esta habilidade, vamos subdividi-la em suas três partes integrantes:

1. Processo cognitivo: verbos derivados "caracterizar e discutir";
2. Objeto de conhecimento: variados modelos de valorização da vida;
3. Contexto: nas diferentes tradições religiosas.

   Os verbos "caracterizar" e "discutir" situam-se, o primeiro deles, no nível ENTENDER, e o segundo, no nível APLICAR. Nesse primeiro nível, o aluno deve ser capaz de "dar significado ao conteúdo, interpretá-lo e empregar em outro contexto".

    Já nesse segundo nível, o aluno deverá "usar as informações e conteúdos em novas situações, aplicando novos conceitos e teorias" (verificar estas definições no Padlet - Verbos de cada habilidade classificados por Nível de Complexidade).
  
    Valorização da vida é temática comum a todas as religiões. Nas verdade, trata-se de um valor decisivo para a ética, para os Direitos Humanos e qualquer dispositivo legal, no contexto do direito e da cidadania.

   Esta habilidade se propõe a definir, de modo claro para o aluno, a caracterização do que representa "valorização da vida" e como orientá-lo a pôr em prática esses princípios.

  Podemos afirmar que valorização da vida se constitui em tão elevado princípio, que se torna padrão para avaliação até mesmo das religiões. Porque não se pode impor contra a valorização da vida nenhum outro valor.

   Portanto, religiões, mesmo as mais antigas ou recentes, que colocam em cheque ou atentam contra a integridade humana ou contra a vida e ainda, por qualquer motivo, diminuem o valor do outro, em alguns casos pondo a mulher em escala inferior, essas religiões devem ser questionadas.

   O respeito às religiões é essencial. Mas ocorrem situações em que elas refletem as imperfeições humanas. Portanto, há dispositivos na sociedade, como aqui já mencionados a ética e o direito, passíveis de questionar qualquer princípio religioso que não valorize o ser humano.

   Outro fator se verifica quando, entre religiões, ocorrem conflitos em função das diferenças de princípios doutrinários de cada uma, sejam concepções de mundo, ritos e celebrações ou conceitos de sagrado.

   Há diferenças e semelhanças entre religiões. Devem respeitar-se nas diferenças, mesmo que sejam muito divergentes, e aproximar-se quanto as semelhanças. Por exemplo, o hinduísmo, a religião da Índia, é profundamente diferente do cristianismo.

   O hinduísmo é politeísta, mas o cristianismo é monoteísta. Mas há, no hinduísmo, um conceito semelhante ao de Trindade no cristianismo, que é a Trimúrti. Quanto mais se aprofunda nessas doutrinas, mais diferenças vão surgir. Mas o fato de ocorrer essa tríplice menção, é um fator de aproximação.

   E não há valor maior do que esse, de se conviver em meio a diferenças, com pleno exercício de aceitação, cada qual respeitando o modo de entender de cada um, procurando como que entrar dentro do outro, de modo a compreender o ponto de vista dele.

  Este é um dos principais objetivos do Ensino Religioso, no exercício de mútua aceitação das religiões entre si. E tal exercício de tolerância habilita outros tipos de convivência e aceitação no contexto social, que não somente o religioso.

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