Sugestões de abordagem - 9º ano - Destaques da Consulta - 1o bimestre de 2023
Estudo de mitos fundantes, para a identificação dos sentidos do viver e do morrer, em diferentes tradições religiosas.
Subdividindo, em suas partes constitutivas, essa habilidade, temos: 1. Processo cognitivo: Estudar; 2. Objeto de conhecimento: mitos fundantes; 3. Contexto: identificação do viver e do morrer em diferentes tradições religiosas.
Será necessário ao professor delimitar que religiões abordar. Para essa seleção, sempre será positivo classificá-las por grupos mais gerais.
Definidas como religiões indígenas, de matriz africana, cristãs, orientais etc. Lembrar o modo como as próprias religiões preferem ser classificadas. Por exemplo, as tradições ayahuasqueiras a si mesmas se declaram cristãs.
A designação "seita" adquire um sentido depreciativo e, portanto, não deve ser utilizada. O Espitismo se autoavalia como ciência e filosofia e não, especificamente, uma religião. E para a pesquisa de mitos fundantes, será necessário definir "mito".
Sempre lembrando ser possível uma definição mais exata, dependendo da fonte a ser pesquisada, sendo sempre aconselhável ao professor ampliar a sua pesquisa. A seguir, expomos um modelo de definição:
Mito: "narrativa sagrada de caráter simbólico-imagético, não como realidade independente, evoluindo histórica e etnicamente numa dada cultura, procurando explicar e demonstrar, pela ação e modo de ser das personagens, a origem das coisas".
A verdade no mito tem valor para os conceitos da religião. Uma confusão frequentemente observada é a tentativa de interpretar, de modo literal, o mito.
Nesse sentido, o mito, mithos, no latim, a partir do grego, não significa mentira. Dentro do conceito da religião específica, seja na tradição escrita ou na oral, o mito representa uma primeira maneira de se compreender o universo.
Daí sua concepção como fundante, ou seja, ponto de partida da criação do mundo, do surgimento do ser humano e do modo específico de visão daquela religião.
Por isso, embora não seja literal, em sua narrativa expressa, apresenta verdades que definem uma dada religião, os princípios que ela aborda e qual a visão de mundo que ela adota.
Noções da criação do mundo e qual a relação da divindade dessa religião com ela. De como os seres humanos foram criados, nesse contexto, e responsabilizados em sua conduta. A origem do bem e do mal e seus efeitos na conduta humana.
Traços de eternidade do ser humano, as razões de existência da morte e como se opera a redenção de sua existência. Embora o assunto morte e vida, por exemplo, para não religiosos tenha uma importância diferente, do que a abordada no contexto das religiões, a preservação da vida é um assunto atual e carente de pleana abordagem.
Portanto, o estudo dos mitos fundantes, suas representações em cada religião, sejam por tradições escritas ou orais, além de permitir conhecer as próprias religiões, a ênfase na valorização da vida se constitui numa abertura para a abordagem de várias temáticas fundamentais no contexto da escola.
Os professores podem lembrar das Competências sócio-emocionais, em destaque na BNCC, suas Dimensões, Subdimensões e seus desdobramentos por área e anos, de modo específico, atendendo à urgência desses tempos pós-pandemia.
Projetos e diálogos interdisciplinares podem ser propostos, de modo a contribuir para o rendimento dos alunos em todas as áreas do aprendizado, sendo temática atual e plenamente coerente para um adepto de qualquer religião ou para quem não possui nenhuma.
Competências como (6) Trabalho e Projeto de vida, (8) Autoconhecimento e autocuidado e (9) Empatia e cooperação podem ser associadas a princípios de preservação e valorização da vida, de modo a conduzir o aluno a compreender a troca positiva que se processa em assumir condutas e posturas que, muito cedo na vida, valorizam vida e são antídoto para uma morte precoce.
Veja a seguir o link das Competência da BNCC em seus desdobramentos por Dimensões e Subdimensões, ano a ano:
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