Sugestões de abordagem da segunda habilidade do 1o bimestre do 8o ano

 Estudo sobre a evolução dos princípios éticos e a contribuição dos códigos morais revelados nos textos e na tradição oral das religiões.


   Para apreciar esta habilidade, vamos subdividir nos tópicos convencionais: 1. Processo cognitivo: Estudar; 2. Objetos de conhecimento: evolução dos princípios éticos e contribuição dos códigos morais; 3. Contexto: textos e tradições orais das religiões.

   Estudar, seria o verbo indicativo do processo cognitivo que, nos níveis da Taxonomia de Bloom, estaria na etapa Compreender.

    O professor, como mediador, deverá proporcionar ao aluno as condições, parâmetros e orientações para reconhecer, nos textos e nas tradições orais das religiões, a evolução dos princípios éticos e a contribuição dos códigos morais.

    Podemos começar por definir a diferença entre ética e moral. Ética seria o aspecto prático da conduta humana, vinculado a preceitos morais. Moral seria o conjunto de princípios elencado, o codigo de conduta, enquanto ética será o desdobramento prático desse código.

    Evidentemente que aqui expressamos uma definição simplificada, porém um estudo mais aprofundado, o qual recomendamos aos professores, deve ser feito situando essa temática no campo da filosofia.

    O desdobramento da ética se dará numa ação moral, determinando o certo e o errado, ou seja, mantido como "processo moral legítimo" ou "retirado desse processo", sempre visando a convivência ideal em sociedade.

    "Ética" vem do grego ethos, "caráter" ou "costume" e "moral" vem do latim "moris" que, corriqueiramente, é tradução desse mesmo termo grego. A ética se desdobra nos contextos das relações sociais, a partir do contexto básico, que é a família, expandindo-se para os demais contextos da sociedade.

    Por exemplo, quantas vezes é claramente perceptível que o comportamento na escola reflete a educação recebida (ou não) no contexto da família. Ainda assim, atitudes que nossos avós praticavam, em seu tempo e geração, não são hoje praticadas. Verifica-se, desse modo, em todos os níveis, uma evolução de princípios éticos.

    Assim como no contexto social, há atitudes que evoluíram, no trato social, prevalecem outras que sempre permaneceram válidas, mas em função das imperfeições humanas muitas vezes são violadas.

    E tradições religiosas escritas, assim como tradições orais contribuem para a evolução e fixação desse princípios éticos. Mas é necessário operar algumas distinções.

    A primeira delas, e isso se constituiu num erro histórico, de efeitos negativos seculares, é que nenhuma religião pode impor à sociedade suas normas, sua ética específica, suas doutrinas ou visão de mundo.

    Do mesmo modo, nenhuma religião está totalmente livre ou desimpedida de seguir princípios éticos que são universais, principalmente os que garantem direitos humanos legitimamente estabelecidos, ao longo e como conquistas da história da humanidade.

    Assim como a filosofia, as religiões abordam conceitos sobre o bem e o mal, e a necessidade da prevalência do bem. A justiça, o direito e a jurisprudência, conquistas na evolução da civilização humana, também enfocam e abordam essa problemática.

    Embora as religiões apresentem sistemas restritos e específicos de doutrinas e normas, aplicados particularmente a seus adeptos, não podem violar princípios éticos, jurisprudência, direito, os quais estão estabelecidos como consagrados fundamentos da sociedade como um todo.

    Por exemplo, as religiosas tratam do amor ao próximo. Há várias atitudes que tanto tradições escritas, quanto tradições orais reafirmam, adotado esse princípio, que se pode afirmar ser fundamental. Pois no âmbito da filosofia, do direito, da moral e da ética aplicada esse conceito estará plenamente garantido.

   Portanto, esse é um caso em que religiões, em geral, e os elementos estruturais da sociedade convergem e concordam entre si num ponto fundamental.

     Agora, se caminhamos para a compreensão específica de cada religião, poderemos encontrar práticas, modos de entender e conceitos mais específicos, muitas vezes somente aplicáveis aos adeptos daquela religião, particularmente.

    Então, deve ser cultivado, por meio do estudo proposto, inteligentemente, o respeito quanto ao modelo específico de cada religião, o diálogo para a convivência harmônica entre elas e, em absoluto, não pode existir a tentativa de impor preceitos específicos de qualquer religião a toda a sociedade.

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