Sugestões de abordagem - 7º ano - Destaque na Consulta - 1o bimestre de 2023
Identificação dos valores contidos nos textos sagrados e nas tradições orais e sua importância na formação humana.
Do mesmo modo como anteriormente, podemos desdobrar: 1. Processo cognitivo: Identiticar; 2. Objeto de conhecimento: valores; 3. Contexto de aplicação: contidos nos textos sagrados e nas tradições orais e sua importância na formação humana.
Desta vez, vamos iniciar comentando o ponto 3. Contexto de aplicação, por causa de sua extensão. Observem que o Objeto de conhecimento "valores" carece de um contexto mais restrito, mais específico, que defina a que valores a habilidade se refere.
Pois há dois indicadores para valores, que serão: 1. Aqueles verificados nos textos sagrados (ou tradições escritas) e orais das religiões; 2. Especificamente voltados para a formação humana. Embora o termo "formação" não esteja especificado, podemos considerar valores éticos da formação humana.
Portanto, o foco serão as tradições escritas e orais das religiões e a tarefa do professor, levando-se em conta a Taxonomia de Bloom, será conduzir o aluno a identificar esses valores.
Reparar como a habilidade deste bimestre articula-se com a do anterior, que já enfoca os textos escritos, o que fazemos sempre lembrando o enfoque necessário também voltado às tradições orais, devido às religiões que não possuem tradições escritas.
Definimos, também, que formação humana significa focar quais princípios éticos estão relacionados à abordagem dos textos sagrados e das tradições orais, sempre distinguindo entre a norma ou princípio ético específico de uma dada tradição religiosa do princípio ético válido para aplicação geral na sociedade.
Por exemplo, uma dada tradição pode apresentar, e isso é legítimo, princípios que aceita e prescreve a seus adeptos. Mas esses princípios não podem ser exigidos ou supostamente encarados como genéricos, ou seja, aplicáveis a toda a sociedade.
É importante conhecer, do mesmo modo, princípios éticos que são comuns a todas as tradições religiosas, independentemente das diferenças entre elas.
Por exemplo, com respeito aos direitos humanos, nenhuma religião que atente contra eles ou, por alguma razão, induza contra o respeito ao outro, pode ser considerada legítima.
Por que essa ressalva acima? Porque histórica é oficialmente já ocorreram perseguições religiosas, tentativas de anular a religião do outro, discriminar ou diminuir a importância delas.
Então, embora pareça redundante dizer que um dos princípios éticos aos quais todas as religiões se submetem é esse do respeito recíproco, da aceitação da pluralidade e tolerância religiosa, é necessário reforçar que, nem tanto pela religião em si, mas pela própria natureza humana, muitas vezes um recurso cultural poderoso, de agregação social, que é a religião, pode se tornar o contrário, isto é, fator de desagregação social.
Portanto, muitas vezes o comportamento reprovável de um adepto de qualquer religião, pode afetar a imagem dessa mesma religião. Então, que haja cuidado em separar a religião do comportamento errático de qualquer de seus adeptos.
Assim como reconhecer quando uma religião, em bloco, qualquer que seja, tenta impor, por qualquer método, aberta ou sutilmente, seus valores à sociedade, violando o princípio da laicidade do Estado ou mesmo disseminando posturas indevidas, ainda que sob o pretexto de, como religião, julgar que deve ou pode estabelecer normas sociais.
Religiões devem sempre ter bons exemplos a dar, estabelecendo e reforçando princípios de coesão e valores sociais. Sejam eles ligados à cidadania, respeito ao outro, preservação da vida, aceitação da pluralidade e diversidade social. Pois tanto as religiões, quanto a própria sociedade, podem e devem caminhar juntas, sempre atentas, tanto ao seu potencial de mobilização, quanto ao risco de desvios éticos que possam ocorrer ou mesmo, por ambas, serem provocados.
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