Sugestões de abordagem - 9o ano - Destaque na Consulta - 2º bimestre de 2023

9o Ano 

Habilidade 
Contribuição das religiões no campo das ideias, desenvolvimento social e na formação das civilizações.

Objeto de conhecimento/Conteúdo 
Contribuição das religiões na formação,
desenvolvimento social das civilizações
e no campo das ideias.

Habilidade 
Caracterização e discussão dos variados modelos de valorização da vida nas diferentes tradições religiosas.

Objeto desconhecimento/Conteúdo 
Modelos variados de valorização da vida nas diferentes tradições religiosas.

Habilidade 
Identificação e análise do modo de interação entre ideologias religiosas, estruturas políticas e sua influência na sociedade.

Objeto de conhecimento/Conteúdo
Ideologias religiosas, estruturas políticas e sua influência na sociedade.

      Os professores presentes na Formação inicial deste ano logo repararam que, no 9o ano, as habilidades/objetos de conhecimento/conteúdos são de quantidade maior.
     Portanto, há um natural acúmulo por bimestre. A situação para isso será (1) reunir duas numa só, incluídas possíveis opções do 8o ano, assim como (2) indicar outras para projetos paralelos.
    Oportunamente, vamos publicar essas sugestões. Por hora, neste caso, sugerimos reunir o primeiro que aqui aparece com o terceiro. Assim teremos:
     "Contribuição das religiões na formação,
desenvolvimento social das civilizações
e no campo das ideias" associado a "Ideologias religiosas, estruturas políticas e sua influência na sociedade".
    Desde modo, quando o professor abordar a contribuição das religiões na história da civilização, já abordará sua estrutura e influência no contexto político social e campo das ideias.
     Na história do Ocidente, a hegemonia do cristianismo, na Europa, incluída a sua implantação ou tentativa dela em outras regiões do planeta esteve associada a essa mistura entre política e religião. 
     A própria Reforma Protestante se deu e tentou estabelecer uma fronteira divisória entre religião e governo. Mas é tão forte essa associação, que as igrejas nacionais resultantes como, por exemplo, a anglicana, na Inglaterra, e a luterana, na Alemanha, se tornaram estatais. 
    E hoje no Brasil, notavelmente, discute-se a influência evangélica no governo, sem se esquecer que a influência católica sempre foi notável. Portanto, compreender como, ao longo da história das religiões, o poder político e o religioso se associaram, é relevante para o estudo atual dessa questão.
     Sejam influências positivas ou negativas. Há reconhecimento de muitas boas influências das grandes religiões. Mas também aspectos negativos, principalmente quando quiseram dominar e impor seu modelo como exclusivo. O professor também deverá indicar o modo como reconhecer a influência de pequenas religiões, quase esquecidas, nesses mesmos dois aspectos. 
    No Oriente não é diferente. Ali os Estados são monárquicos ou de tradições religiosas familiares ou de clãs, nos quais lei civil de confunde com normas do Alcorão. Razões de guerras religiosas, misturadas a interesses políticos e financeiros, entre esses mesmos países, nos tempos atuais, ou em conjunto, contra o Ocidente: tanto a Europa já foi invadida por árabes, quanto o Oriente Médio por europeus. 
      E mesmo entre tribos de povos aborígenes, a associação do poder do sacerdote religioso ao do chefe político é característica da disputa humana pelo poder. Aspectos negativos dessa questão, muitas vezes pretexto para guerras de extermínio, genocídios e chacinas são uma marca triste na evolução humana. 
    Importante destacar esses aspectos negativos, indicando como são raízes de intolerância religiosa, política e racial. É necessário desenvolver posturas de fraternidade e cultura de paz, compreendendo o custo dessa reeducação. 
     Caro professor: perceba também como será fácil associar a essas duas habilidades aqui já comentadas a que resta, porque fala de valorização da vida. Então, o postulado será reafirmar que nenhuma diferença entre religiões ou disputas entre poderes políticos e religiosos deve ocorrer contra o valor da vida. Assim como as idéias de valorização da vida, em cada religião, devem ser reconhecidas e propagadas.
     É puramente contraditório que religião contrarie o valor da vida. E, infelizmente, na abordagem da história das religiões, incluída a sua influência na formação das civilizações e na sociedade, é possível contabilizar inúmeras situações de desprezo aos valores de conservação da vida. 
     Para focar na história da América Latina, incluído o Brasil, os brasões dos povos colonizadores tinham a cruz como símbolo, mas esses mesmos europeus, a si mesmos denominados cristãos, promoveram o extermínio de civilizações latino-americanas originais, tribos, várias etnias e famílias indígenas, além de promover o tráfico de escravos provenientes da África. 
     Ficando no exemplo desta parte do mundo. Porque outros tão negativos como este ocorreram nas demais latitudes do globo. As religiões, por si, de modo geral, valorizam a vida e o bem. Chegam a postular que a vida é eterna. 
     Mas, por si mesmas, não têm logrando êxito em mudar a condição humana. É tão contraditória essa condição, que o ser humano se vale da religião como instrumento de opressão, imposição fundamentalista e discriminação. 
     Uma das tarefas do Ensino Religioso nas escolas reside exatamente nesta habilidade/objeto de conhecimento, que educa para a valorização, preservação e defesa da vida, independentemente das forças que se levantam contra a manutenção da vida, seja de que origem for, principal e contraditoriamente se forem provenientes de manipulação, uso invertido e indevido da religião. 

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