Sugestões de abordagem do 8o ano - 3o bimestre

CONTEÚDOS

(ER080203) - A correlação dos significados do mistério da vida, conforme as narrativas sagradas e as descobertas científicas.
(ER080204) - O modo de como é revelado o mistério da morte nos textos sagrados.

OBJETIVOS (CAPACIDADES)

- Levar o aluno a constatar se há confronto entre ciência e revelação, ou verdades que subsistem na interpretação criteriosa do homem.
- Oferecer subsídios para que o aluno seja capaz de distinguir limites da ciência e a amplitude da fé no reconhecimento dos mistérios.
- Oportunizar o estudo e a reflexão sobre sentido da vida perpassado pelo sentido da vida-além-morte e as respostas elaboradas pelas tradições religiosas.

       Conteúdo e capacidades desta etapa, o 3o bimestre do 8o ano propõem, em linhas gerais, a comparação entre ciência e religião. A princípio, devemos compreender e fazer com que os alunos também compreendam que conhecimento científico e as verdades religiosas são duas naturezas distintas de conhecimento. 
      A ciência não tem como confirmar verdades religiosas, porque estas são outra natureza de conhecimento. A ciência estabelece critérios  e métodos de conhecimento por prova, em laboratórios, por repetição e acompanhamento de fenômenos. Portanto, não se aplica a verdades religiosas.
      No entanto, observe a primeira capacidade, quando usa a expressão "interpretação criteriosa". Refere-se a verdades religiosas. Porque estas têm um limite que não pode ultrapassar o absurdo. Muitas vezes, casos há em que religião descamba para o fanatismo religioso. Nestes casos, a ciência e a lógica se tornam barreiras para identificar práticas de falsa religiosidade. 
       Por exemplo, leituras bíblicas equivocadas geram um aparente confronto entre criacionismo X evolucionismo. Este é estudo científico, enquanto que o outro é conhecimento religioso. Então, de modo criterioso, devem ser comparados e ser definidos com inteligência os claros limites entre ciência e religião. 
      Conteúdos e habilidades também destacam a relação entre vida e morte, tanto no aspecto científico, como no religioso. No aspecto científico, a morte pode ser definida química e biologicamente. Também pode ser definida juridicamente, até por meio do atestado de óbito. Mas em relação ao filosófico, ao psicológico e emocional, a morte representa um permanente inconformismo. 
       Daí as respostas religiosas e as variadas  e diferentes visões de vida após a morte. Para as religiões, o ser humano tem um começo relacionado à divindade(s) e a morte não se constitui no final da existência. Aqui, novamente, abrem-se diferentes visões, tanto de valorização da vida, quanto de conhecimento a respeito da morte, seja por aspectos científicos, quanto por aspectos religiosos.
      As novas tecnologias e avançados tratamentos médicos valorizam a vida e trabalham por prolongar a existência humana. Do mesmo modo, a religião valoriza a vida, associando a criação do ser humano ao transcendente, ao divino, assim como estabelece uma continuidade para a vida, após a morte. E cada religião terá uma visão específica de como será. 
     O aluno que procede de tradição religisosa, deve ser estimulado a compreender a valorizar a ciência, não porque haverá um confronto com sua crença. Mesmo porque a ciência não tem todas as respostas. E ela não existe para pôr em xeque as religiões. O sentimento e o conhecimento religioso atende a uma outra dimensão do ser humano, que não é especificamente matemática, e sim metafísica.
       Metafísico é o que se coloca além do mundo meramente físico, do que está ao alcance dos olhos, da pesquisa, dos microscópicos e telescópios. E no próprio mundo da ciência há meandros, há detalhes que a própria ciência ainda desconhece e para os quais procura respostas. Mas esses meandros e detalhes não se tornam revelações religiosas: continuarão a ser dados científicos, hipóteses científicas e teorias desse âmbito. Exatamente porque conhecimento religioso tem uma natureza e o conhecimento científico é de natureza distinta, diferente.

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