Sugestões de abordagem- 9o ano

(ER0901) - História e Tradição
(ER090101) - A expansão religiosa: causas e influências na edificação das civilizações.
(ER090102) - Características comuns da espiritualidade nas diversas religiões.

Entendendo a apresentação: ER - Ensino Religioso; 09 - 9o ano; 01 - Unidade Temática 01, no caso, Unidade Temática "Tradição"; números 01 e 02 é a numeração dos tópicos curriculares deste 1o bimestre.

(ER0901) - História e Tradição: sob este título o Plano de Curso apresenta, na coluna CONTEÚDO,  o que na antiga Proposta era denominado "tópico curricular".

         Trata-se da Unidade Temática "Tradição", da antiga Proposta de 2002, aqui sendo associada à História. Isso quer dizer que nessa unidade temática que,  por si, já enfoca a própria história e as características marcantes da religião em questão, ou seja, de qualquer a ser ainda abordada no 9o ano, seja por sua complexidade ou por revisão, a história da civilização está ligada a esse estudo específico da religião.  

          Semelhante à abordagem do 8o ano, que trata da "Evolução da estrutura religiosa nas organizações humanas", neste caso do 9o ano, ao contrário, o enfoque será a história humana e a influência da religião em seu contexto.

       Por isso o conteúdo do 8o ano pode servir de introdução, lembrando que o enfoque será história da humanidade e o papel paralelo da religião nela. Lembrar de histórias "esquecidas", como a da Índia, China, Japão, da África e da própria América Latina, onde a história dessas civilizações é quase desconhecida, assim como a importância nelas da religião. 

       Lembrar o modo como, no próprio Brasil os colonizadores pensaram que estavam começando a história no "descobrimento", mas já havia história de milênios aqui, que incluía milhares, quer dizer, milhões de indígenas. Uma história esquecida, com sua religião desconhecida.

       E também lembrar que essa chegada, essa invasão de europeus perseguiu e escravizou indígenas e, posteriormente,  negros trazidos da África, quando as populações indígenas já estavam praticamente exterminadas. Tudo isso ocorreu com a indiferença da religião, debaixo de opressão religiosa, forçando índios e negros a se "converter" ao cristianismo. 

        Aqui pode ser destacado que a culpa dessas injustiças não é propriamente da religião que, em si, deve ser boa, por definição, mas do ser humano que, por si mesmo, torna-se contraditório. Valores religiosos podem ser distorcidos pelas próprias lideranças religiosas. Como foi o caso de perseguições e disputas religiosas na história de várias civilizações. 

ER090101) - A expansão religiosa: causas e influências na edificação das civilizações: lembrar que há diferentes tipos de religiões. Podemos enfocar as monoteístas como, por exemplo, judaísmo, cristianismo e islamismo. As dualistas, cuja cosmovisão (sua visão de mundo) defende a ideia de que há duas forças em equilíbrio no universo, o "bem" em permanente equilíbrio com o "mal". Existem nas milenares civilizações chinesa e japonesa, tão pouco estudadas por nós.  

       Nas monoteístas, o bem é infinitamente bom, representado por um único Ser Superior (no cristianismo e judaísmo, é Deus e, no Islamismo é Alah), sendo o mal um "acidente" que, no fim dos tempos, será aniquilado e deixará para sempre sua influência negativa sobre a humanidade. 

      Há religiões politeísta, como na Índia, assim como na tradição das tribos chamadas, pelo Império Romano, como bárbaras e depois, pelos cristãos como pagãos. Levar em conta que as chamadas "grandes religiões" tiveram surtos, quer dizer, rompantes de dominação e provocaram guerras, com outros povos e entre si, como as três monoteístas citadas acima.

      Essa etapa do Ensino Religiso deve ser associada interdisciplinarmente a história, com ajuda também de filosofia e sociologia. 

(ER090102) - Características comuns da espiritualidade nas diversas religiões: aqui pode ser mencionado o aspecto positivo das semelhanças entre as religiões. A espiritualidade, que até representa uma das Unidades Temáticas, aqui é encarada como conteúdo. 

      Destacar que toda religião apresenta uma espiritualidade peculiar mas que, em função de sua abertura para o transcendente, ou seja, para um ser (ou seres) espirituais, isto é,  imateriais, no universo metafísico, para fora do mundo concreto, mundo físico, há um diálogo possível entre todas elas.

      Por isso é possível (e necessário) estudar essas semelhanças, compreendendo o ponto de vista de cada uma, para compreender o modo de ser de seus adeptos, assim como as peculiaridades e diferenças entre suas doutrinas, rituais, mitos etc, todo o pensamento que as define. 

       Por exemplo, no hinduísmo os deuses reencarnam. No cristianismo, um único Deus encarnou uma única vez. Conceitos ao mesmo tempo iguais e diferentes. E nessa religião, a hindu, mais antiga do que o cristianismo e estreitamente associada à civilização indiana, existe uma espécie de "trindade", denominada trimúrti (trindade divina hindu) onde os deuses são Shiva, Vixnu e Brama.

      Portanto a religião hindu, que é politeísta, apresenta um trimúrti semelhante à trindade cristã,  que é uma religião monoteísta. Atenção! Estamos falando de religiões em sua semelhança. Não esqueça de fazer a diferença entre "espiritualidade" e "religião". Por exemplo, devoção aos santos é um elemento específico da espiritualidade católica que os protestantes ou evangélicos não praticam. 

         Focando mais próximo à nossa realidade, catolicismo e protestantismo estão mais próximos. Mas espiritismo e daime também têm aspectos cristãos. E daimistas são reencarnacionistas, como os espíritas. E indígenas também acreditam em comunicação com espíritos, como espíritas acreditam. Quanto às religiões de matriz africana,  elas não são de tradição cristã.  Houve algum sincretismo, que é o diálogo com algumas ideias do catolicismo.  

         Veja que estamos transitando pelas semelhanças entre as concepções religiosas, sem ainda especificar ou pormenorizar elementos da espiritualidade. Por exemplo oração, também praticada por católicos que, diferentemente dos protestantes, rezam o terço: elementos de espiritualidade com sutis diferenças. Indígenas e daimistas usam o chá ayahuasca para ficar sensíveis na comunicação com o divino: aspectos comuns de espiritualidade, entre povos de religiões diferentes. 

           Por isso estudar espiritualidade é importante, não para medir as diferenças, mas para aproximar. Abertura para o transcendente, quer dizer, a inflexão religiosa, independentemente da doutrina ou da concepção deve atrair e aproximar e não repelir as pessoas. Vamos partir dos pontos comuns, acima de tudo aceitar o outro e praticar amor: as diferenças serão secundárias e não devem se constituir em obstáculos. Isso cabe a nós, professores de Ensino Religioso, incentivar.

     Mais uma vez NÃO ESQUEÇAM DE OLHAR A COLUNA CAPACIDADES (OBJETIVOS) NO PLANO DE CURSO. Ela vai direcionar as abordagens e nelas serão baseadas as questões do Instrumento de Rede Prova Bimestral. Vocês a receberão com antecedência e cada questão virá associada a sua capacidade (objetivo) correspondente. Você terá oportunidade de revisar conteúdos antes da aplicação da prova. 

        Abraços a todos. Estamos aqui para esclarecer as dúvidas. Pelo blog, nos "Comentários" aqui embaixo, pelo zap e pelo e-mail. Caso não tenham obtido resposta, dêem uma cutucada.