Sugestões de abordagem - 8o ano - 4o bimestre - 2020

 Habilidade 

Análise crítica sobre as possibilidades e os limites da interferência das tradições religiosas na esfera pública. 

Conteúdo
Interferência das tradições religiosas na esfera pública. 

     A relação entre as instâncias religiosas e a esfera pública precisam ser permanentemente construtivas. Por "esfera pública" entende-se por tudo o que se relaciona ao bem público social amplo, sempre resultado do esforço cidadão no pagamento dos impostos. 
     Toda a despesa do Estado é sustentada pelo cidadão e pelas empresas que, no caso destas, retornam uma parte de seus lucros e, no caso dos cidadãos, uma parte de seu salário, para que o governo possa devolver em serviços prestados.
    Daí as expressões "escola pública", "saúde pública", "segurança pública", enfim, serviço público. Na Constituição do Brasil está escrito que nenhuma religião pode receber dinheiro público ou pode interferir em assuntos públicos. 
     Estado laico significa não religioso. Quando qualquer religião obtém algum destaque ou privilégio concedido pelo Estado, está ocorrendo uma desobediência às leis do país. 
     Assim também, não somente uma troca financeira, em termos de patrocínios, mas também troca política, por qualquer tipo de interesse não pode ocorrer. A influência da religião na sociedade não pode ser imposta ou amparada pelo Estado.
     Por causa da natural ingerência religiosa, entre adeptos de uma religião, por exemplo, em épocas de propaganda política, candidatos demagogos podem querer se valer da influência de uma dada religião.
     Evidentemente, nessas horas serão procuradas aquelas que apresentam maior poder de influência na mídia, quantidade de adeptos, penetração social maior e já comprovada. 
     Mas qualquer interferência de qualquer religião na esfera pública, por interesses escusos, quer dizer, desonestos e corrompidos de sua finalidade, devem ser denunciados e rejeitados.
      Outra tentativa de controle indevido ocorre quando lideranças religiosas tentam impor costumes de uma religião qualquer à sociedade. Esta é mista, incluindo, também pessoas não religiosas e até totalmente ateias. 
      Essas pessoas se orientam por outros princípios, filosofias de vida ou ideologias que não concebem qualquer religiosidade. E até mesmo entre adeptos de religiões diferentes, há diferentes princípios e costumes religiosos que podem não ser aceitos e praticados por outros. 
     Daí a necessidade de ser cuidadosa a reflexão e a discussão sobre os limites da interferência religiosa no contexto social. Cada religião precisa educar seus aspetos a rejeitar imposições, sejam elas feitas a eles ou que eles mesmos façam a outros. 
      A religiosidade é sempre voluntária. Imposição não é religião. Educação cidadã inclui respeito às religiões, mas também a necessidade de respeito a partir das religiões. E elas também precisam resistir ao apelo do falso homem público quando, de modo desonesto, quer se valer indevidamente dela para angariar credores desavisados ou já essencialmente também corrompidos. 

Alguns links de ajuda e pesquisa para o professor. Para uso como recurso em sala de aula, precisam ser adaptados:

1. Religião e esfera pública:


2. Religião, esfera pública e pluralismo no Brasil: este texto é mais complexo, apresentado aqui para aprofundamento do professor. 


3. Entrevista: "religião e politica se misturam desde sempre".


4. Religião e política não se discutem?

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