Sugestões de abordagem - 9o ano - 2o bimestre

(ER090103) - Função política das ideologias religiosas.

(ER090104) - Funções sócio-culturais das religiões pré-colombianas.

(ER090105) - Estudo das práticas de espiritualidade utilizadas pelas religiões pré-colombianas (astecas, incas, maias, outros povos indígenas sul-americanos).

      Conteúdo muito amplo. Vamos delimitar aqui, ficando nos pontos principais, sem maiores perdas:

1. Conteúdo 03: Função política das ideologias religiosas. Ok!

2. Conteúdo 04: Funções sócio-culturais das religiões pré-colombianas (Esperem: vamos definir que religiões).

3. Conteúdo 05: Espiritualidade nas religiões pré-colombianas (Utilizar as mesmas religiões acima).

     Vamos definir, como critério, povos fronteiriços ao Acre: (1) povo inca, no Peru e na Bolívia (sabendo que havia povos anteriores e que, posteriormente, os espanhóis a todos colonizaram); (2) povo maia, no México, Honduras e Nicarágua; (3) e o povo asteca, predominantemente no México.

     Interdisciplinaridade com História, para conhecer os traços gerais da formação dessas civilizações e, com Geografia, para conhecer sua localização nas Américas Central e do Sul.

      Podemos focar nossa abordagem em dois aspectos: (1) traços da religiosidade antiga ainda encontrados hoje; (2) o modo como se operou a colonização religiosa, no caso pela imposição da religião do colonizador, em relação a esses povos. 

     Decorrente dessa proposta acima, duas outras questões podem orientar os professores na condução de suas abordagens: (a) que povos hoje descendem dessas antigas nações, como vivem hoje e como preservam sua cultura e religião? (b) quais as consequências da imposição de uma religião sobre um povo e que prejuízos decorrem dessa imposição e competição religiosa?

     Abaixo, vamos relacionar os Objetivos (Capacidades) para demonstrar como orientam e delimitam o enfoque que deve ser dado aos Conteúdos:

          OBJETIVOS (CAPACIDADES):

1. "Oportunizar o estudo das ideologias religiosas para compreender sua relação com as estruturas políticas e seu modo de interação".

Comentário: se uma religião pretende ser ideologia, deixa de ser religião. Embora a história humana registre períodos em que religiões tornaram-se, ideologicamente, manipuladoras, é porque fugiram de sua função. E quando a ideologia também quer se valer da religião para, por meio dela, manipular e exercer controle sobre a população, deixou de ser ideologia a serviço do povo, para se tornar totalitária. Por exemplo, para viabilizar seus interesses de domínio da terra, espanhóis e portugueses distorceram a aparelharam o cristianismo, tornando-o instrumento ideológico de dominação. 

2. "Identificar a influência das ideologias religiosas sobre a sociedade com seu poder moderador".

Comentário: pode ocorrer de uma religião, por se tornar hegemônica, quer dizer, dominadora, lance mão de recursos que a tornam, negativamente, uma ideologia. Porém, mesmo uma grande religião pode ser útil à sociedade, caso não abandone sua vocação de serviço, sem interesse manipulador e, dessa forma, exercendo um poder moderador e mediador, de forma positiva. 

       Exemplo de manipulação ideológica da religião foi quando Constantino, imperador romano em 306 a.C. transformou, por interesses políticos, o cristianismo como religião oficial do Império. Seu objetivo era forjar um meio de unificar politicamente seus súditos. Usou a religião de maneira manipuladora. 

3. "Compreender as diferenças entre religiosidade e fanatismo".

Comentário: Embora a religião estabeleça que existe um poder transcendental, acima do humano, não se pode venerá-lo de uma forma que seja distorcida a relação com o outro. Uma religião não pode proclamar a si mesma como única, superior ou mais perfeita do que as outras. Nem antiguidade de uma religião, tamanho ou quantidade de adeptos deve se constituir em pretexto para domínio das outras. Quando ocorre esse tipo de distorção, afetando liderança e seus adeptos, torna-se sintomático o fanatismo religioso. Uma das maneiras de evitar o fanatismo será, exatamente, o equilíbrio proporcionado pelo diálogo e convivência pacífica entre as diferentes religiões. 

4. "Estimular os estudos das práticas de espiritualidade utilizadas pelos povos primitivos para entender a influência dos resquícios místicos das culturas religiosas nas crenças, usos e costumes dos povos que os sucederam".

Comentário: Já comentado acima, devem ser feitas pesquisas para conhecer de que modo traços da cultura e religião desses povos pré-colombianos estão presentes ainda hoje entre os descendentes daqueles povos.

5. "Dar ao aluno condições de estudos reflexivos sobre as religiões nas Américas no período pré-colombiano, para melhor entender o ideal de autonomia por uma cultura religiosa".

Comentário: O objetivo de focar nessas religiões pré-colombianas e indígenas, naturais e originárias das Américas, é valorizá-las e fazer o aluno entender que a nossa origem precisa ser conhecida. Havia povos que aqui habitavam, os quais construíram grandes civilizações. A história das Américas não começou com a chegada dos europeus. Ao contrário, o choque cultural violento provocou genocídios e destruição de muitas culturas e religiões. 

     Falta comentar: "Função política das ideologias religiosas".

      A princípio, nem religião e nem ideologia devem ser usadas para manipulação de pessoas e nem como instrumento de dominação. Tanto uma, quanto outra existem para prestar serviço à humanidade. 

     O aspecto político existe nas duas, mas também pode ser distorcido, tanto no âmbito da ideologia, quanto no da religião. Uma ideologia a serviço do bem comum, saberá honrar compromissos políticos assumidos e nunca vai procurar corromper para obter propósitos distorcidos. 

      Assim como nenhuma religião com liderança bem intencionada tentará enganar seus seguidores no propósito de se beneficiar, manipulando a confiança nela depositada. Ideologias e religiões quando se colocam, de modo verdadeiro, a serviço da sociedade, somente promovem benefícios.